A valiosa manutenção da Floresta Amazônica

Colaborar para que a Floresta Amazônica cumpra seu estupendo papel no combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas configura-se como um bom negócio, além de uma boa causa.

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Mais extensa que a União Europeia, a Amazônia Legal (502 milhões de hectares) encerra inúmeras disputas territoriais, haja vista seu grande valor biológico, cultural e econômico. A região, que circunscreve nove estados brasileiros (Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso) e abriga 28 milhões de habitantes, é concorrida tanto por grupos interessados na exploração da terra − como empresas madeireiras/mineradoras e agrobusiness − quanto por povos indígenas, cujo estilo de vida demanda e promove a preservação da natureza.

Efetivamente, a Floresta Amazônica vem sendo devastada ao longo da história, devido à predominante perspectiva mercadológica tradicional. Conforme essa ótica, a grandeza financeira do território é oriunda da agricultura intensiva, da pecuária extensiva, da destinação de árvores para a indústria da madeira, assim como da extração de minérios do solo. Consequentemente, todas essas atividades suscitam a derrubada e a queima de áreas imensas do bioma todos os anos. Em 2022, segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), em relatório divulgado no último mês de janeiro, houve uma perda de cobertura vegetal de 10.573 km², isto é, o equivalente a quase três mil campos de futebol por dia.

Contudo, as pautas ecológicas têm ganhado cada vez mais atenção e notoriedade nas últimas décadas. Entre cientistas, lideranças políticas progressistas e organismos internacionais, é consenso que o modelo desenvolvimentista baseado no extrativismo desordenado impacta negativamente o ecossistema por longo prazo. Em razão disso, cresce a pressão de movimentos civis, corporações e consumidores pela ética ambiental. É mister impedir o ponto de inflexão da Amazônia Legal, pois os benefícios para a coletividade e os bens materiais produzidos por esse patrimônio natural são abundantes.

Portanto, a vastidão verde ainda conservada no Brasil é um tesouro que pode e deve ser mantido. De acordo com a publicação do Banco Mundial intitulada Equilíbrio delicado para a Amazônia Legal brasileira: um memorando econômico (maio/2023), o potencial de geração de receita com a mata protegida é muito superior ao lucro com o desflorestamento. O documento estima que as já citadas práticas destrutivas, conjuntamente, resultem em um faturamento anual de US$ 98 bilhões, enquanto o uso florestal ecologicamente responsável vale, ao menos, sete vezes mais: US$ 317 bilhões. Veja os detalhes abaixo:

  • Somente o “valor de existência” da floresta em pé, considerando-se sua importância para a saúde do nosso planeta, é calculado em US$ 65 bilhões a.a.
  • Já os serviços ecossistêmicos da Amazônia apenas na América do Sul, como a precipitação de chuvas (necessárias, inclusive, para as plantações agrícolas e a recuperação edáfica), são avaliados em US$ 20 bilhões a.a.
  • O “valor de opção” da extraordinária biodiversidade, associado a futuras inovações farmacêuticas provenientes de recursos genéticos da biosfera, corresponde a US$ 10 bilhões a.a.
  • São contabilizados, também, US$ 12 bilhões a.a. derivados de ações exploratórias privadas sustentáveis, o que engloba madeira de baixo impacto, produtos não madeireiros e turismo local.
  • Por fim, a maior fatia dos ganhos possíveis consiste no estoque de créditos de carbono, totalizando US$ 210 bilhões a.a.

 

Desse modo, colaborar para que a Floresta Amazônica cumpra seu estupendo papel no combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas configura-se como um bom negócio, além de uma boa causa. A salvaguarda de milhares de espécies de plantas e animais e da maior bacia hidrográfica do mundo representa um melhor viver para toda a humanidade. No entanto, é preciso diligência no percurso rumo ao desenvolvimento comprometido com a agenda da sustentabilidade.

O mercado de carbono é uma eficaz ferramenta para viabilizar um cenário menos perturbador, com proveitos sociais e ambientais junto ao retorno financeiro. E, em pouco tempo, será bastante relevante para o sucesso empresarial. Trata-se do comércio de créditos gerados quando os países criam mecanismos para diminuir a emissão dos gases de efeito estufa, como redução dos níveis de desmatamento, campanhas em prol do consumo consciente, utilização de fontes de energia alternativas, entre outros.

A Apsis pode ajudar você em todas as etapas do processo, desde a elaboração e o registro do projeto até o monitoramento e a comercialização dos créditos de carbono. Entre em contato conosco para avaliarmos qual é o melhor formato para você participar desse mercado.

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